O amor ...

domingo, 3 de abril de 2011


Era por volta das 4 da manhã quando o meu celular vibrou ao lado da cama, estremecendo a madeira e me fazendo acordar, limpei os olhos com uma mão enquanto a outra se dirigia ao celular, não olhei no visor quem era, apenas atendi.
- Alô - com a voz embriagada de sono foi a primeira coisa que consegui dizer e então um suspiro começou no telefone do outro lado, e após muito tempo um ” alô ” rouco foi dito, na hora que aquele timbre tocou meus tímpanos, todo meu corpo parou, na verdade só o coração ficou batendo ali, com força. Fazia o que, uns 2 anos que eu não ouvia? Até mais, coisa que não duvido. Enquanto tentava achar forças para dizer algo, o suspiro do outro lado ficou mais forte e já que meu silêncio era total, ele continuou.
- Eu esperei tanto tempo, eu sei, talvez tenha sido tolo, ou simplesmente insano e muleque, mas eu espero que não seja tarde, além do horário, digo para nós dois, tantas coisas aconteceram nesse meio tempo e com certeza eu te observei, mesmo de longe, sei dos namorados que teve, das fotos que tiraram, dos lugares para qual você viajou, eu estava ao seu lado o tempo todo, mas não sabia quando a minha coragem por fim seria maior do que o medo e talvez hoje isso tenha acontecido, mas esse fato só aconteceu porque eu estou meio bêbado, sei que você odeia quando eu bebo, mas foi muito difícil te ver saindo do carro dele hoje cedo, foi complicado, meu coração parou e eu senti uma tristeza enorme rasgar meu peito, assumo que fui covarde, deveria ter ido até você logo que a vi, estava tão linda, aquele sapato que eu te dei, estava com ele, certo? Eu sei que sim, uma calça jeans escura e uma blusa, a sua favorita por sinal, uma maquiagem em tons claros e o batom rosa de sempre, os cabelos, cortou? É, ele esta em ondas agora e em um loiro estonteador, e também perdeu peso, não que precisasse, mas te achei bem magra, e você sabe que sou contra isso, mas que seja, ele pelo visto gosta né? - Eu suspirei fundo enquanto chorava ao ouvi-lo - Você está perfeita. Eu quase não mudei, apenas mais umas tatuagens, o cabelo cresceu e está naquele corte que você tanto gostava, voltei pra academia, mesmo você achando tolo, mas ainda continuo com o mesmo corpo de antes, troquei o carro, namorei 2 meninas, que não deu muito certo, afinal, nenhuma delas era você e pra ser sincero, estou olhando para a minha mão direita, nossa aliança ainda me serve e é linda, acredito que você ainda tenha a sua, porque eu a vi, em seu pescoço, certo? Enroscada a um colar prata, tem a nossa aliança e um coração. Aquilo fez meu coração bater mais rápido, não nego.
Por fim, tirei coragem e falei aos prantos e sussurros - Para, por favor -. Então você respirou fundo, controlou a voz e falou - Eu te amo e te esperarei pelo tempo que for - Aquilo me fez tremer de cima a baixo e você continou - Vou desligar agora, talvez um outro dia a coragem volte novamente e nós falamos, senti falta da sua voz e ainda estarei por perto, te cuida - E quando eu ia falar, você simplesmente desligou o telefone. E eu fiquei ali, em plena madrugada, chorando, coloquei a mão no peito e senti nossa aliança bater em meus dedos, respirei fundo e levantei, abri a janela e olhei fixo ao horizonte e pude ver que havia uma luz a 2 casas abaixo da minha, então concentrei meus olhos ali e como em uma miragem, eu vi você. Você então sorriu e mostrou a mão direita e apontou para meu pescoço, eu chorando apenas sorri e então você gritou - Eu te amo e sempre amei - e apagou a luz e fechou a janela. Após uns trinta minutos fiz o mesmo…

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